Calculadora epidemiológica auxilia municípios no enfrentamento da Covid-19

Ferramenta, que mede a velocidade de propagação do vírus, está disponível para consulta no site da Sala de Situação da Universidade de Brasília

Texto: Fernanda Angelo e Matheus Andrade
Imagem: Unsplash

Acompanhar a situação de uma pandemia não é tarefa fácil. Mas quando se tem ferramentas que auxiliam na análise para a tomada de decisões, o monitoramento se torna mais ágil. Como exemplo disso, é possível citar a Calculadora do Número de Reprodução Tempo-dependente, Calculadora R(t). A tecnologia foi criada para medir a velocidade de propagação do vírus em uma determinada população. 

A iniciativa, que está de volta ao site da SDS/UnB (confira aqui), é do estatístico e epidemiologista Silvano Barbosa de Oliveira, colaborador da Sala. Ele conta que a ideia da criação surgiu, principalmente, para facilitar o cálculo do valor do R(t) — número médio de pessoas infectadas por uma pessoa infecciosa —, principalmente, pelos municípios, no enfrentamento do novo coronavírus. Segundo o especialista, o cálculo é muito complexo e nem todos conseguem reproduzir. “A ideia de incorporá-la à Sala foi possibilitar mais apoio aos municípios de forma intuitiva e direta”, pontua Silvano. 

A estimativa do R(t) é uma medida chave de quão rápido o vírus está se espalhando numa determinada população e corresponde ao número médio de pessoas infectadas por uma pessoa infecciosa.  Segundo o epidemiologista, valores inferiores a um (1) indicam que o número de casos novos é menor que os existentes. Isso demonstra que a doença está em tendência de redução. Já quando os valores são maiores que um (1) indicam a propagação da doença.  

Para exemplificar, pode-se imaginar um valor diário  em torno de 1,5. Neste caso, o número indica que para cada dez casos são gerados 15 novos episódios. “Em termos gerais, o R(t) estima a velocidade de dispersão da doença no território”, pontua Silvano. 

Como usar

Para utilizar a calculadora, basta inserir na opção “abrangência” por município e informar o código do IBGE (de seis dígitos) da região. A partir desse dado, a calculadora irá gerar o gráfico com a estimativa do R(t). Outra opção é fornecer a lista de casos diários e fazer o upload do arquivo na opção “insira seus dados”. “Muitos municípios do entorno do DF e alguns da região norte têm utilizado a ferramenta, assim como os estados do Pará, Amazonas, Roraima e Rondônia”, informa o epidemiologista. 

A calculadora também pode ser usada em outras doenças, não só a covid-19. Para isso, Silvano ressalta que é preciso carregar a curva de casos por dia para uma determinada enfermidade e indicar os parâmetros para a nova situação, ou seja, o usuário da calculadora precisará informar a distribuição do tempo médio de uma pessoa transmitir a doença para outra. 

A equipe da Sala de Situação elaborou um tutorial para uso da Calculadora R(t) disponível no canal da SDS/UnB. Confira o passo a passo aqui.

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