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Plano de enfrentamento para Sífilis no Distrito Federal foi tema de pesquisa na SDS

A sanitarista Beatriz Amaral Ferreira da Silva defendeu em 2021 seu TCC com ações voltadas para a região leste, considerada de alta vulnerabilidade para a IST

Por: Mariana Ferreira Lopes | Comunicação SDS

Em 2018, o boletim epidemiológico da Sífilis, emitido pela Secretaria de Saúde do DF mostrava um aumento progressivo do coeficiente da taxa de detecção da sífilis adquirida por 100 mil habitantes, que passou de 33,33 em 2012 para 75 em 2017.

Neste mesmo ano, a então estudante de Saúde Coletiva, Beatriz Amaral Ferreira da Silva, entrou na Sala de Situação de Saúde da UnB. Sua ideia inicial era pesquisar infecções sexualmente transmissíveis, as ISTs, e a população LGBTQIA+, mas a dificuldade em encontrar dados que fossem representativos para a construção desse perfil epidemiológico a fez buscar um outro caminho. 

O contexto de aumento do número de casos de sífilis no DF trouxe um novo tema para a estudante, que acabou por tornar-se o seu Trabalho de Conclusão de Curso defendido em maio de 2021: Plano de Enfrentamento para Sífilis na Região Leste do Distrito Federal.  “Na época estávamos com surto de sífilis e resolvemos fazer apenas para sífilis congênita e em gestantes.Entretanto, ao decorrer dos estudos, foi percebida a ausência de literatura em relação à sífilis adquirida e a necessidade de enfrentamento também da doença e então chegamos no tema final”, relata Beatriz.

Seu estudo avaliativo partiu da análise da situação de saúde da região, que revelou um aumento do número de casos e altas taxas de detecção da sífilis adquirida, para a construção de um painel de monitoramento e um plano de ação para o enfrentamento do agravo. 

Painel de monitoramento e plano de ação

Com o objetivo de monitorar e avaliar o perfil epidemiológico da sífilis na região leste, o dashboard foi construído com indicadores selecionados para a avaliação da qualidade do setor da saúde, divididos em estrutura, processo e resultado e classificados em assistência à saúde, educação em saúde e vigilância epidemiológica.

“O painel de monitoramento pode ser considerado uma ótima ferramenta para monitoramento de indicadores, levando em consideração que sífilis é um agravo que pode ser transmitido de forma vertical, com tratamento e ainda apresentar uma incidência significativa”, explica a sanitarista. O recurso contribui com informações estratégicas para ações de enfrentamento mais assertivas a partir da realidade local.

O conjunto de ações propostas na pesquisa para o monitoramento e controle da sífilis está organizado em torno dos indicadores de estrutura, processo e resultados com a definição das atividades sugeridas, produtos esperados, insumos, metas, periodicidade e responsáveis para a vigilância epidemiológica, a atenção básica e a educação em saúde. 

As ações propostas vão do aumento do número de boletins e informes epidemiológicos elaborados ao monitoramento da capacitação e educação permanente do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) e das equipes de Saúde da Família (ESF). 

“Acredito que além da demonstração da importância da construção de ações de enfrentamento a partir da realidade encontrada no território estudado, o trabalho apresentou meios para a educação sexual em saúde relevantes, que podem ser adquiridas até mesmo na leitura do documento”, avalia Beatriz.

O plano de enfrentamento e o painel de monitoramento estão disponíveis em: https://sds.unb.br/dashboards/

Sobre a sífilis 

A sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica de evolução crônica, com períodos de latência e agudização, que tem por agente etiológico o Treponema pallidum e o ser humano como único reservatório. A sífilis adquirida é transmitida majoritariamente via contato sexual. Já a sífilis congênita refere-se à transmissão por via placentária da mãe infectada para o feto. (Guia de Vigilância Epidemiológica, 2021)

Para mais informações sobre o perfil epidemiológico da sífilis no Brasil, acesse: http://indicadoressifilis.aids.gov.br/ 

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