Por: Malu Sousa | Comunicação SDS
A recomendação é que cuidados devem ser mantidos, principalmente, em ambientes com pouca circulação de ar
Desde abril, um crescimento acentuado na taxa de transmissão de Covid-19 no Distrito Federal vem sendo observado. Os dados são divulgados em boletins epidemiológicos, diariamente, pela Gerência de Epidemiologia de Campo, Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Subsecretaria de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
Conforme a Calculadora Epidemiológica desenvolvida pela Sala de Situação de Saúde da Universidade de Brasília (UnB), a reprodução da epidemia pode ser medida pelo valor encontrado para R(t): se for menor que 1, a epidemia tende a acabar, para R(t) maior que 1, avança. No boletim mais recente da SES-DF, publicado na última terça-feira (24/5), foi observado o valor de 1,26 para a taxa de transmissão no DF. Dado que não se reflete no percentual de óbitos, pois este continua baixo e tem como justificativa central a ampla vacinação da população.
De acordo com o coordenador da Sala de Situação de Saúde (SDS/UnB), Jonas Brant, a vacina tem um efeito importante na prevenção de óbitos, ou seja, ela reduz a probabilidade de que uma pessoa infectada por Covid-19 venha adoecer como um caso grave ou vir a óbito. “Isso é uma grande vantagem no cenário atual. Mas é importante pensar que mesmo em menor proporção, se o número de casos for aumentando, haverá também aumento do número de óbitos, principalmente em grupos de risco”, pondera.
Para Jonas, a principal causa do aumento do número de casos é o relaxamento das medidas de prevenção da transmissão. “O R que a taxa de reprodução da epidemia não quer dizer exatamente que o número de casos já está muito alto, ou seja, ele quer dizer que é uma tendência de aumento do número de casos e a gente já tem acompanhado isso no Distrito Federal. O número vem crescendo gradativamente, por exemplo um r=1,3 aponta que o número de casos cresce numa proporção de cerca de 30% a cada ciclo”, explica.
O coordenador ainda complementa que o cenário provavelmente representa o início de uma nova onda importante de Covid-19. As variantes do vírus têm conseguido cada vez mais escapar da imunidade gerada pela vacina para a infecção, com exceção dos casos graves. “Nós não devemos menosprezar a importância deste vírus, por isso, a população deve ficar atenta, os governos devem ficar atentos para aproveitar esse momento que nós tivemos, e estamos tendo ainda de relativo controle da situação, para preparar o sistema de saúde para a próxima onda ou próximas emergencias sanitarias”, finaliza.
O ideal é manter os cuidados
A Fiocruz recomenda que, além da máscara, outras medidas de prevenção, como lavar as mãos com frequência ou usar álcool em gel 70%, manter os ambientes bem ventilados, com as janelas abertas, sejam mantidas. Em ambientes com muita gente, como as escolas, ou em locais onde não há como manter o distanciamento, como em transportes públicos, a máscara é ainda mais importante.
A recomendação é para toda a população, principalmente para pessoas imunossuprimidas; pessoas com doenças crônicas como doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial, obesidade; idosos, pessoas não vacinadas ou que não tomaram todas as doses da vacina; profissionais de saúde e outros trabalhadores expostos a grande circulação de pessoas durante o dia de trabalho.
Máscaras podem ser dispensadas ao ar livre, em ambientes abertos ou onde há boa circulação de ar. Nesses ambientes, a transmissão do vírus é mais difícil, desde que não haja aglomeração.
Referências
Jonas Brant, epidemiologista e coordenador da Sala de Situação de Saúde da UnB.
Boletins informativos sobre o cenário da Covid-19 DF: https://www.saude.df.gov.br/boletinsinformativos-divep-cieves
Fiocruz: https://portal.fiocruz.br/pergunta/quem-deve-continuar-usando-mascara#:~:text=Pessoas%20com%20baixa%20imunidade%20