Por: Mariana Ferreira Lopes | Comunicação SDS
O ano de 2022 é um importante marco para a Sala de Situação de Saúde da FS/UnB. São cinco anos deste laboratório que vem se tornando referência nacional e internacional enquanto espaço de aprendizagem e de desenvolvimento de soluções para as demandas do campo da saúde pública.
“Desde sua criação em 2017, a SDS já tinha a intencionalidade do Departamento de Saúde Coletiva e da Faculdade de Ciências da Saúde de tentar estruturar um laboratório que pudesse ajudar na integração do serviço com a academia, garantindo que a Universidade estivesse preparando melhor os seus quadros para atuar no serviço de saúde, mas também recebendo a demanda desse serviço para que a pesquisa pudesse ser pautada o tempo inteiro pelos problemas da realidade”, explica Jonas Brant, coordenador da Sala de Situação.
Todas as atividades e produtos desenvolvidos são direcionados por esse propósito, ancorado na aproximação de estudantes, professores, colaboradores e profissionais de saúde para construção de visões críticas, práticas integradas e interdisciplinares sobre a complexidade da saúde. Uma proposta que vem dando certo, já que a SDS contabiliza mais de 300 colaboradores ao longo desses cinco anos. “Tenho para mim que todo contato gera uma alteração e tenho certeza que a Sala foi promotora de mudanças na carreira e na vida de cada uma dessas pessoas. Sempre tem uma área, um conhecimento, uma informação que pode ser explorada”, reforça Marcela Santos, coordenadora técnica da SDS.
O impacto das atividades da SDS fica claro em seu relatório de gestão de 2021. Ao longo do último ano, seis grandes projetos foram executados pela equipe articulando as diferentes áreas de atuação da Sala: vigilância em saúde, tecnologia da informação aplicada à saúde, comunicação em saúde, planejamento estratégico e gestão e também one health ou saúde única. Também foram propostos quatro projetos que já começaram a ser implementados neste início de 2022. O alcance das ações se estende para municípios brasileiros, com especial atenção à Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, a Ride, além de países da América Latina e dos países africanos de língua portuguesa, PALOP.
Conheça um pouco mais sobre as ações desenvolvidas pela Sala de Situação de Saúde em 2021.
Formação
Exemplo da articulação entre as demandas do serviço e as práticas acadêmicas, o projeto de extensão SDS, que deu origem ao laboratório, é um espaço de troca de conhecimento e experiências entre professores, especialistas e estudantes. Em 2021, 39 novos extensionistas trabalharam temáticas de relevância para o cenário da saúde pública, tais como a avaliação dos sistemas de vigilância da doença de chagas e de febre amarela, criação de um formulário de coleta de dados para endometriose, acordos vigentes na área da saúde entre o Brasil e PALOP e o perfil epidemiológico e geográfico da leishmaniose no Distrito Federal.
Os estudantes construíram seus trabalhos no decorrer dos semestres letivos, que foram debatidos em apresentações semanais. A dinâmica foi bem avaliada pelos participantes, que destacaram a importância da Sala em sua formação profissional e conhecimento sobre outras áreas e sobre a prática do campo da saúde.
Enfrentamento da Covid-19
A Sala de Situação vem atuando sistematicamente no apoio a profissionais de saúde e gestores na resposta à pandemia. Em 2020, teve início o projeto “Ações integradas de pesquisa e serviço para o enfrentamento da Covid-19 no Distrito Federal”, o Epi-Ride, que foi um dos embriões da Força-tarefa de Tecnologia e Inteligência Local em Saúde”, coordenada pela Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo, ProEpi, em parceria com outras organizações da saúde e a SDS.
A Sala trabalhou na revisão de planos de contingência municipais e na elaboração de notas técnicas acerca de temas relevantes sobre a Covid-19 e temas de saúde em geral, de acordo com as demandas trazidas pelos pontos focais dos municípios apoiados. Foram realizadas sessões de mentoria coletiva e individual para profissionais de saúde. Também foram desenvolvidos cursos e materiais de apoio como guias e cartilhas, bem como materiais de comunicação de risco e engajamento comunitário. O impacto das ações da Força-tarefa alcançaram mais de 1000 cidades brasileiras, 15 países e 9 mil profissionais de saúde.
A experiência do Epi-Ride se desdobrou em três novos projetos já em implementação: o fortalecimento de salas de situação, oficinas de comunicação de risco e engajamento comunitário com lideranças e comunicadores locais e o Curso de Especialização em Epidemiologia e Inteligência Local em Saúde. Este último foi aprovado em fevereiro deste ano pelo Decanato de Pós-graduação da UnB.
Conheça mais sobre o projeto Epi-Ride.
Vigilância entomológica e tecnologia da informação
O uso das tecnologias da informação para a solução e aprimoramento de ações de vigilância tem sido um dos focos de pesquisa e prática da SDS. Desde 2017, a Sala é responsável pelo desenvolvimento das metas 7, 8 e 9 do componente 2 (novas tecnologias em saúde) do projeto ArboControl, proposta de investigação do controle do vetor Aedes aegypti e das arboviroses dengue, zika e chikungunya.
Neste último ano, a equipe do Arbo trabalhou na revisão rápida sobre uso de aeronaves para pulverização de inseticidas para o controle do Aedes aegypti e a revisão sistemática sobre o uso de aeronaves para pulverização de inseticidas para o controle do Aedes aegypti. Está em processo de finalização a revisão integrativa sobre atributos de avaliação de sistemas de vigilância. Outros produtos desenvolvidos são a avaliação da dengue, avaliação Aedes, avaliação Chikungunya, avaliação Zika.
As ações englobaram também o acompanhamento dos pilotos do uso do software SisVetor em Manaus (AM) e Sete Lagoas (MG). A adequação do software para a doença de Chagas foi trabalhada em um novo projeto realizado no decorrer de 2021. Os avanços do projeto foram apresentados no Seminário Estadual de Arboviroses Urbanas e Silvestre da SES/MG 2021.
Ao longo de 2021, avaliou-se a potencialidade do uso do software para a vigilância da doença de Chagas. O projeto SisVetor Chagas teve por objetivo analisar o impacto da informatização dos processos de trabalho para vigilância e controle dos vetores da tripanossomíase americana, elaborado para compor o Sistema Nacional de Controle de Vetores. A proposta é que o projeto tenha novos desdobramentos em 2022.
Saiba mais sobre o projeto ArboControl e a atuação da SDS aqui.
Perspectivas
A equipe da SDS já trabalha na continuidade e implementação de novos projetos. Em parceria com o Ministério da Saúde, a Sala está à frente do DANT, iniciativa que visa a mapear os processos locais, definir modelos lógicos e protocolos com objetivos de dinamizar a integração entre a vigilância em saúde e a atenção primária para o enfrentamento das doenças e agravos não transmissíveis.
O desenvolvimento de uma comunidade de prática para profissionais de saúde mental é um dos produtos a serem desenvolvidos pelo time de colaboradores que atua no projeto Obsam. Seu objetivo é avaliar o uso de ferramentas de gestão e de comunicação com o uso de recursos de TICs para contribuir com a otimização do processo de trabalho do Centro de Atenção Psicossocial, promovendo a construção colaborativa de soluções junto aos profissionais da rede, que podem impactar positivamente na melhoria dos serviços oferecidos à população.
Acesse o Relatório de Gestão 2021 na íntegra aqui.