Por: Milena Marra | Comunicação SDS
O processo de envelhecimento cresce de forma rápida no Brasil. Até 2025, o País será o sexto do mundo em número de idosos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Segundo o IBGE, a população idosa brasileira é composta por 29.374 milhões de pessoas, totalizando 14,3% do total de brasileiros.
A Prof. Dra Flávia Silva Arbex Borim, fisioterapeuta e doutora em Saúde Coletiva, explica que esse processo de envelhecimento envolve diversos fatores desde a infância dos sujeitos. Para ela, o envelhecimento é um processo heterogêneo que cada pessoa desenvolve de uma forma, mas as condições de acesso à saúde são determinantes na expectativa da população como um todo. “A OMS, por exemplo, considera como pessoas idosas aqueles com mais de 65 anos nos países desenvolvidos e com mais de 60 anos nos países em desenvolvimento”, explica a doutora Flávia.
De acordo com o Ministério da Saúde, a transição demográfica brasileira é diferente dos outros países porque “apresenta características peculiares e demonstra grandes desigualdades sociais no processo de envelhecimento”. Os idosos que vivenciam situações de vulnerabilidade social (como pouca escolaridade e baixa renda, por exemplo) são apontados por especialistas como mais suscetíveis a mazelas no envelhecimento.
Uma pesquisa publicada em 2018 pelo Elsi-Brasil, o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, apontou que cerca de 40% dos idosos possuem uma doença crônica e 29,8% possuem duas ou mais doenças como diabetes, hipertensão ou artrite. Ou seja, ao todo, cerca de 70% dos idosos possuem alguma doença crônica. O estudo mostrou ainda que 75% das pessoas idosas do País utilizam exclusivamente o SUS no acesso à saúde.
A pandemia da Covid 19 também afetou desproporcionalmente a população idosa brasileira, enfatizando as necessidades e vulnerabilidades desse grupo em relação ao direito à saúde. Conforme relatório das Nações Unidas, o impacto da Covid 19 nas pessoas idosas aumentou as desigualdades econômicas globais e expôs as desigualdades existentes que afetam pessoas mais velhas, especialmente mulheres mais velhas e idosos com deficiência. Isso inclui acesso inadequado a bens essenciais e serviços, limitação de serviços de proteção social e discriminação de idade generalizada, cita o documento.
Para entender um pouco mais desse assunto, assista à aula da Prof.Dra. Flávia Arbex Borim em que ela descreve os aspectos sociodemográficos e epidemiológicos associados ao envelhecimento, destaca os desafios impostos pelo envelhecimento populacional para a sociedade e profissionais de saúde (com ênfase no SUS e suas relações no cuidado ao idoso). O conteúdo já está disponível em nosso canal no YouTube. Acesse aqui.
Referências
https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/7685/envelhecimento_ativo.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-pessoa-idosa