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INDICADORES DE CÂNCER DE MAMA NA RIDE-DF: REFLEXÕES PARA COMPREENDER O CENÁRIO COM ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DE RISCO E ENGAJAMENTO COMUNITÁRIO

A partir de indicadores relacionados ao câncer de mama, coletados do Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), a equipe CREC discute acesso ao exame preventivo de câncer de mama na RIDE-DF. Imagem: Força Aérea Brasileira.

Produção: Lethícia Nunes | Revisão: Pedro Falcão e Olga Maíra | Tempo estimável de leitura: 10min 46sec.

O que é o Outubro Rosa?

Outubro é o mês destinado a conscientizar a sociedade sobre a relevância da prevenção do câncer de mama. É um movimento global, fundado na década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure celebrado anualmente. 

O objetivo desse movimento é conscientizar as pessoas sobre o câncer de mama com o compartilhamento de informações relevantes, buscando melhorar o acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento, contribuindo assim para a redução da mortalidade (BVS, 2023).

Qual a importância de analisar dados de câncer de mama para a comunicação de risco?

Conhecer o perfil epidemiológico da doença é fundamental para instituir ações preventivas. Para comunicação de risco, a seguir estão destacadas algumas informações epidemiológicas relevantes sobre o câncer de mama: 

  • Afeta principalmente as mulheres, mas que também acometer homens, de forma mais rara (BRASIL, 2023);
  • Estima-se que uma em cada dez mulheres possa desenvolver câncer de mama ao longo de sua vida (BRASIL, 2023);
  • Pode se desenvolver lentamente, por longos períodos, e está muito associada a estilos de vida modificáveis (INCA, 2023);
  • É a principal causa de morte por câncer entre as mulheres brasileiras e o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres, perdendo apenas para o câncer de pele não melanoma (BRASIL, 2023);
  • Quando diagnosticado tardiamente, apresenta altas taxas de  mortalidade (Paulinelli et al., 2003);
  • Apesar da alta frequência entre as mulheres, possui altas taxas de cura quando detectado precocemente e, por isso, é tão importante que a população esteja conscientizada sobre a doença e reconheça oportunamente sinais que necessitem de avaliação médica (BRASIL, 2023).

O câncer de mama integra o grupo das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), que representam um grande desafio para a Saúde Pública de muitos países, incluindo o Brasil. Esse grupo de doenças é responsável por mais da metade do total de mortes no Brasil (BRASIL, 2013; 2021).

Qual é o cenário do câncer de mama na RIDE-DF?

No Brasil, a Portaria nº 874 de 2013 instituiu a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS. 

Na RIDE-DF, segundo o Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), desde 2013, dos 34 municípios que a compõem, já foram realizados cerca de 130 mil exames de rastreamento de câncer de mama em mulheres de 50 a 69 anos (Gráfico 1).

Gráfico 1. Quantidade de mamografias realizadas em mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos.

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados extraídos do SISCAN

Dentre esses 130 mil exames de mamografia, nos últimos 10 anos, 58 mil foram realizados em até 30 dias desde a solicitação, o que representa 45% desse total. A partir desses exames, nesse período, foram diagnosticados 784 casos de câncer de mama, segundo o SISCAN (Gráfico 2).

Gráfico 2. Quantidade de mamografias realizados em mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, comparado aos exames realizados em até 30 dias e exames diagnosticados 

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados extraídos do SISCAN

Considerando o contexto da RIDE-DF, dados coletados segundo o Sistema de Informação do Câncer (SISCAN), a cobertura de mamografia de rastreamento para a faixa etária de 50 a 69 anos alcançou 18% da população de interesse em 2022. Assim, o indicador ficou muito aquém dos 70% estabelecidos pela OMS (SBM, 2023). 

Vale destacar que esse indicador (de cobertura) é muito relevante, ao contribuir para a avaliação do alcance do serviço à população de interesse, estando diretamente relacionado à oportunidade de diagnóstico do câncer de mama. 

Até setembro de 2023, o percentual de mamografia com resultados em até 30 dias na RIDE-DF foi de 45%, ainda que não tenha parâmetro estabelecido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) para comparação.

O Instituto Nacional de Câncer – INCA (2022) ressalta que o rastreamento de câncer de mama é uma estratégia muito importante, por auxiliar na redução das taxas de mortalidade, uma vez que, a detecção precoce aumenta as chances de cura. Por isso, é necessário ampliar as ações de controle para a doença.

Qual é a importância de CREC diante dos dados de câncer de mama?

A informação em saúde para comunicação é uma das estratégias que ampliam as ações de prevenção e detecção oportuna do câncer, reconhecendo as complexidades e necessidades dos casos, identificando e enfrentando os estigmas do tratamento (de Assis, 2022). 

Especificamente na comunicação de risco, devido às consequências indiretas da pandemia de COVID-19, com dificuldade de acesso ao diagnóstico e tratamento, o câncer de mama é considerado atualmente uma prioridade em Saúde Pública para rebuscar a população.

Compreender o cenário do câncer de mama é fundamental para aperfeiçoar as estratégias de CREC, promovendo a disseminação de informações para a população e acolhimento e escuta ativa por parte dos profissionais de saúde e de comunicação, além de modos de avaliação de políticas públicas de saúde mais participativas. Incluir o mapeamento de grupos de diferentes interlocutores, no processo de produção de estratégias criativas de comunicação de risco, ampliam o acesso à informação de qualidade (de Assis, 2022). 

Referências

ALVES, BIREME / OPAS / OMS-Márcio. Outubro Rosa – Mês de Conscientização Sobre o Câncer de Mama | Biblioteca Virtual em Saúde MS. Disponível em: <bvsms.saude.gov.br/outubro-rosa-mes-de-conscientizacao-sobre-o-cancer-de-mama-2>. Acesso em: 17 out. 2023.

ASSIS, Mônica De. Comunicação em Saúde na Prevenção e Detecção Precoce do Câncer: em Busca de Práticas mais Dialógicas e Inclusivas. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 69, n. 1, 2022. Disponível em: <rbc.inca.gov.br/index.php/revista/article/view/2879>. Acesso em: 17 out. 2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 874, de 16 de maio de 2013. Institui a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).Brasília: Ministério da Saúde 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília-DF. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de  Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas e agravos não transmissíveis no Brasil, 2021 – 2030. Brasília: Ministério da Saúde; 2021.

Definição – Câncer de mama | Ministério da Saúde. Disponível em: <linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/cancer-de-mama/definicao-cancer-de-mama>. Acesso em: 17 out. 2023.

Detecção precoce. Instituto Nacional de Câncer – INCA. Disponível em: <gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/acoes/deteccao-precoce>. Acesso em: 16 out. 2023.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Fatores de Risco: Fatores relacionados ao aumento do risco de desenvolver o câncer de mama. Brasil: INCA, 2023.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Comunicação, uma estratégia contra o câncer. Rede Câncer, ed. 36, 2016.

Mamografia: entidades e ministério divergem sobre idade mínima para exame de rotina; veja como funciona – SBM. Disponível em: <sbmastologia.com.br/mamografia-entidades-e-ministerio-divergem-sobre-idade-minima-para-exame-de-rotina-veja-como-funciona>. Acesso em: 19 out. 2023.

PAULINELLI, R. R. et al.. A situação do câncer de mama em Goiás, no Brasil e no mundo: tendências atuais para a incidência e a mortalidade. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 3, n. 1, p. 17–24, jan. 2003.

Rastreamento do câncer de mama na população-alvo. Instituto Nacional de Câncer – Instituto Nacional de Câncer (INCA), 2022 . Disponível em: <gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/dados-e-numeros/rastreamento-do-cancer-de-mama-na-populacao-alvo>. Acesso em: 17 out. 2023.

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