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Glossário

O Epi-Ride busca melhorar a capacidade de monitoramento, a gestão de crises e proporcionar respostas mais efetivas às demandas de saúde da população. Para isso, a Sala de Situação de Saúde fornece este glossário a fim de auxiliar os usuários nos conhecimentos de palavras chaves utilizadas durante o trabalho

Vigilância

Doenças tropicais negligenciadas

"São um conjunto de doenças causadas por agentes infecciosos ou parasitas em populações da África, da Ásia e da América Latina. Predominam nas regiões tropicais em desenvolvimento e acometem pessoas em situação de vulnerabilidade. Pobreza, acesso limitado à água limpa, condições precárias de higiene e de saneamento são alguns dos fatores associados.


São consideradas negligenciadas por não receber a devida atenção no atendimento médico, no desenvolvimento de medicamentos e de métodos diagnósticos, e nas condições sociais de vida das populações.

Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), este grupo diverso de doenças prevalece em 149 países tropicais e subtropicais, afetando mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.


A classificação da OMS atualmente inclui 20 doenças tropicais negligenciadas. Dentre as prevalentes no Brasil, podemos citar: hanseníase, doença de Chagas, esquistossomose, leishmaniose, hepatites, filariose linfática, entre outras."

Referência: https://www.nhrbrasil.org.br/nhr-brasil/nossas-causas/doencas-tropicais-negligenciadas.html

Emergência de Saúde Pública (ESP)

A emergência de saúde pública define-se como um evento extraordinário que evidencia o risco de propagação e disseminação de eventos que causam danos à saúde da população em nível local ou global, não dependendo de sua natureza ou origem. Este evento necessita, de forma urgente, da execução de medidas de prevenção e controle, assim como medidas de contenção de risco e agravos, tanto em surtos ou epidemias quanto em desastres ou situações de desassistência à população, assim como dispõe o Decreto nº 7.616 de 17 de novembro de 2011. Contudo, é de extrema importância informar que a emergência de saúde pública também contempla eventos de caráter químico e nuclear. 



Referências 

 

BRASIL. Decreto nº 7.616, de 17 de Novembro de 2011 [internet]. Dispõe sobre a declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional – ESPIN e institui a Força Nacional do Sistema Único de Saúde – FN– SUS. Diário Oficial da União. 18 Nov 2011. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7616.htm. Acesso em: 14 fev. 2023.



CARMO, E. H.; PENNA, G.; OLIVEIRA, W. K. DE. Emergências de saúde pública: conceito, caracterização, preparação e resposta. Estudos Avançados, v. 22, p. 19–32, dez. 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-40142008000300003. Acesso em: 14 fev. 2023.



SILVA, M. A. DA; XAVIER, D. R.; ROCHA, V. Do global ao local: desafios para redução de riscos à saúde relacionados com mudanças climáticas, desastre e Emergências em Saúde Pública. Saúde em Debate, v. 44, p. 48–68, 5 jul. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-11042020E204. Acesso em: 15 fev. 2023.

Endemia

Endemia refere-se à presença regular e consistente de uma determinada doença que ocorre em uma taxa constante ou esperada em uma área geográfica específica ou em um grupo populacional. 

As doenças endêmicas não são necessariamente novas, e a população na área afetada pode ter desenvolvido algum nível de imunidade ou resistência à doença ao longo do tempo. Embora uma doença endêmica ainda possa causar doença e morte, ela normalmente não se espalha tão rápido ou amplamente quanto uma pandemia.

O gerenciamento de doenças endêmicas geralmente envolve a implementação de medidas de controle, como programas de vacinação, melhores práticas de saneamento e higiene e estratégias de controle de vetores, que podem ajudar a reduzir a carga de doenças e prevenir surtos.

 

Referências: 

CDC - Centro de Controle de Doenças e Prevenção. Introdução à Epidemiologia. Disponível em: https://www.cdc.gov/csels/dsepd/ss1978/lesson1/section11.html

BRASIL, Ministério da Saúde. Manual sobre Medidas de Proteção à Saúde dos Agentes de Combate às Endemias. Volume 1. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/zika/manual_protecao_agentes_endemias.pdf/view

Eliminação

A eliminação de uma doença refere-se à interrupção da transmissão contínua de uma doença em uma área geográfica específica, geralmente um país ou região. Nesse caso, a doença pode continuar a existir em outras partes do mundo, mas não ocorre mais transmissão local na área alvo. A eliminação é alcançada por meio de medidas intensivas de prevenção, controle e tratamento, reduzindo a incidência da doença a níveis muito baixos ou zero.

Referências:

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Módulos de Princípios de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. Módulo 6: Controle de enfermidades na população / Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília. 2010. Disponível em: 9788579670213_por.pdf (paho.org)

 

MS - Ministério da Saúde. Ministério da Saúde lança Plano Nacional de Eliminação da Malária no Brasil. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/ministerio-da-saude-lanca-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria-no-brasil

Erradicação

A erradicação de doenças é o processo de eliminação total de uma doença infecciosa específica em nível global. Isso significa que não há mais casos da doença em qualquer parte do mundo, e não são necessárias medidas contínuas de controle para mantê-la fora da população. A erradicação de uma doença é considerada um marco significativo na saúde pública, como ocorreu com a varíola, que foi declarada erradicada em 1980.

Referências:

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Módulos de Princípios de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. Módulo 6: Controle de enfermidades na população / Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília. 2010. Disponível em: 9788579670213_por.pdf (paho.org)

 

MS - Ministério da Saúde. Ministério da Saúde lança Plano Nacional de Eliminação da Malária no Brasil. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/maio/ministerio-da-saude-lanca-plano-nacional-de-eliminacao-da-malaria-no-brasil

Evento em Saúde

No contexto da saúde pública, um evento é compreendido como uma ocorrência incomum ou um conjunto de ocorrências que representam uma potencial ameaça à saúde, como surtos de doenças de transmissão hídrica e alimentar, doenças infectocontagiosas, zoonoses ou mesmo ocorrências no meio ambiente como desastres naturais e acidentes químicos, radiológicos ou nucleares. Esses eventos podem afetar um indivíduo, uma comunidade ou uma população inteira e, por isso, devem ser monitorados para prevenir ou controlar sua propagação. A detecção precoce de eventos é fundamental para que medidas preventivas e de controle possam ser implementadas em tempo oportuno e de forma efetiva, minimizando o impacto na saúde da população.

 

Referências: 

WORLD HEALTH ORGANIZATION. International health regulations (2005). World Health Organization, 2008.

Gestão evento de saúde

Nos últimos anos, tem havido uma maior preocupação internacional com a disseminação e propagação de agentes etiológicos e doenças, de natureza infecciosa, química e radionuclear. Com base em análise de risco contextualizada sobre eventos de saúde que podem se disseminar internacionalmente, busca-se contar com instrumentos mais oportunos que permitam a identificação e a atuação precoce sobre esses eventos. A adaptação desse conceito, para o propósito da  e rede de atenção dos serviços de saúde, permite um melhor gerenciamento dos eventos de saúde que constituem risco de disseminação ou propagação de doenças ou agravos, além de oferecer uma resposta mais oportuna. As medidas adotadas nos países para aperfeiçoar o sistema de vigilância em saúde na detecção, preparação e resposta às emergências de saúde pública podem ser classificadas como gestão de eventos em saúde.

Carmo EH, Penna G, Oliveira WK de. Emergências de saúde pública: Conceito, caracterização, preparação e resposta. Estud AV [Internet]. 2008 Dec; 22(Estud. av., 2008 22(64)). Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-40142008000300003

Monitoramento de rumores

No contexto de monitoramento de rumores, um rumor refere-se a uma informação não confirmada ou não verificada que está circulando amplamente, geralmente de forma rápida e descontrolada. Pode ser uma história, boato ou especulação que se espalha entre as pessoas, muitas vezes através de canais de comunicação, como mídias sociais, mensagens de texto ou boca a boca. O monitoramento de rumores é uma forma rápida de captar informações relevantes e pode ser considerado como uma estratégia para a detecção precoce de eventos que apresentam potencial risco à saúde pública. É um dos primeiros componentes da vigilância baseada em eventos e fornece alta sensibilidade em se tratando da captação de eventos, uma vez que o acesso à informação é dado não somente por meio de canais oficiais como também por fontes extra-oficiais e informais (mídia, profissionais da saúde, etc).

Referência: 

WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. A guide to establishing event-based surveillance. 2008. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/207737/9789290613213_eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Rastreamento de Contatos

Também conhecido como busca de comunicantes ou contact tracing, no inglês, o rastreamento de contatos consiste em um método de vigilância epidemiológica na busca de possíveis infectados, mesmo sem apresentar sintomas, para interromper a cadeia de transmissão de doenças infectocontagiosas. 

É considerado um contato, todos aqueles que estiveram com um indivíduo infectado, levando em consideração as formas de transmissão que mudarão de acordo com o tipo de agente infeccioso (vírus e/ou bactérias). Para que seja efetivo, é necessário que o paciente cumpra as recomendações passadas pelo profissional de saúde que devem sempre levar em consideração as particularidades de cada caso. 

O rastreamento de contatos durante muito tempo foi utilizado em casos como a Tuberculose, Malária, Infecções Sexualmente Transmissíveis, Sarampo, entre outros e aprimorou suas estratégias por meio do uso de tecnologias para lidar com casos de Ebola, COVID-19 e Mpox, por exemplo.

 

Referências:

ARMBRUSTER, B., BRANDEAU, M. L.. Contact Tracing to Control Infectious Disease: When Enough Is Enough. Health Care Management Science, vol. 10, n°4, 2007. DOI.org (Crossref), https://doi.org/10.1007/s10729-007-9027-6.

 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância epidemiológica: emergência de saúde pública de importância nacional pela doença pelo coronavírus 2019 - COVID-19. Brasília, 2022, p.51-54.


ROCHA, Antônio Glauter Teófilo da et al. Rastreamento de contatos como ferramenta de combate à transmissão do SARS-COV-2: benchmark internacional, soluções tecnológicas e considerações éticas. 2020.

Sistema de Comando de Incidentes

O Sistema de Comando de Incidentes (SCI), também conhecido como Sistema de Gerenciamento de Operações (SGO), foi desenvolvido nos anos 70 em resposta a uma série de incêndios florestais que praticamente destruíram o sudoeste da Califórnia. O SCI é uma estrutura de gerenciamento de emergências que permite a coordenação eficaz de recursos e esforços em resposta a um incidente, e se baseia em uma abordagem padronizada e flexível que pode ser adaptada a qualquer incidente, independentemente da causa, tamanho ou complexidade. É estabelecido um sistema hierárquico de comando que divide as operações em funções distintas, com um único líder responsável por cada função. A comunicação é essencial no SCI/SGO e é feita de forma clara e concisa, seguindo procedimentos estabelecidos. O uso do SCI/SGO é amplamente adotado por agências governamentais, militares, organizações de segurança pública e de resposta a emergências em segurança pública.

Referências:

Agência Federal de Administração de Emergências dos EUA. Sistema de Comando de Incidentes. Disponível em:  https://emilms.fema.gov/is_0029a/groups/27.html

Manual de sistema de comando de incidentes. CBMDF , Brasília, 2011 Disponível em: https://www.cbm.df.gov.br/downloads/edocman/legislacoes/manuaisoperacionais/manual_sci_livrov6.pdf

 

James F. Broder, Eugene Tucker - Emergency Management – A Brief Introduction, Risk Analysis and the Security Survey (Fourth Edition),

Butterworth-Heinemann, 2012,Pages 101-11. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780123822338000121

Caso suspeito

Um caso suspeito é um indivíduo que apresenta sintomas clínicos compatíveis com uma determinada doença, mas ainda não foi confirmado através de testes laboratoriais ou exames complementares. Geralmente, um caso suspeito é identificado com base em critérios clínicos, epidemiológicos e de exposição, como sintomas característicos da doença, histórico de contato com pessoas infectadas ou áreas de transmissão, entre outros. No caso de doenças infecciosas, ele pode não apresentar a síndrome indicativa da doença causada pelo agente. A confirmação do caso está sempre condicionada aos critérios estabelecidos para definição de caso, a qual, por sua vez, está relacionada ao objetivo do programa de controle da doença e/ou do sistema de vigilância.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias – Brasília: 2018. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.

Guia de Vigilância Epidemiológica - Brasília: 2009. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Caso provável

Um caso provável é uma categoria intermediária entre o caso suspeito e o caso confirmado. Refere-se a um indivíduo que atende a alguns dos critérios clínicos e epidemiológicos para a doença em questão, mas sem confirmação laboratorial definitiva. A classificação como caso provável geralmente indica uma alta probabilidade de infecção ou doença, mas requer investigação adicional ou resultados de testes para confirmação.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias – Brasília: 2018. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.

Guia de Vigilância Epidemiológica - Brasília: 2009. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Caso confirmado

Um caso confirmado é um indivíduo cujo diagnóstico foi confirmado por meio de testes laboratoriais específicos ou outros critérios diagnósticos estabelecidos. O resultado positivo de um teste laboratorial indica a presença da doença específica no organismo do indivíduo. A confirmação laboratorial é frequentemente considerada o padrão ouro para o diagnóstico de uma doença.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias – Brasília: 2018. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.

Guia de Vigilância Epidemiológica - Brasília: 2009. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Caso descartado

Um caso descartado refere-se a um indivíduo que foi investigado como caso suspeito ou provável, mas cujos resultados de testes laboratoriais ou outros critérios diagnósticos excluem a presença da doença em questão. Isso pode ocorrer quando os testes dão resultado negativo ou quando há evidências clínicas suficientes para descartar o diagnóstico da doença.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias – Brasília: 2018. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.

Guia de Vigilância Epidemiológica - Brasília: 2009. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Caso índice

O caso índice é o primeiro caso identificado ou reportado em um surto ou epidemia. Geralmente, é o primeiro indivíduo a apresentar sintomas ou a ser diagnosticado com a doença, desempenhando um papel importante na investigação e no rastreamento de contatos.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias – Brasília: 2018. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.

Guia de Vigilância Epidemiológica - Brasília: 2009. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Caso importado

Um caso importado refere-se a um indivíduo que adquiriu a doença em uma área geográfica diferente daquela em que está sendo diagnosticada ou reportada. Isso significa que o indivíduo foi infectado em um local diferente do local atual de diagnóstico ou notificação.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia para Investigações de Surtos ou Epidemias – Brasília: 2018. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_investigacao_surtos_epidemias.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica.

Guia de Vigilância Epidemiológica - Brasília: 2009. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf >. Acesso em 04/06/2023.

Vigilância baseada em eventos (VBE)

A vigilância baseada em eventos (VBE) é uma estratégia de vigilância em saúde que utiliza a abordagem de detecção e notificação de sinais de alerta, que representam possíveis eventos de importância em saúde pública. Na VBE a coleta de dados se dá por diferentes fontes oficiais, como os sistemas de informação em saúde e não oficiais como as redes sociais e a mídia tradicional, como a imprensa. 

Ao identificar um evento incomum ou um surto, as autoridades de saúde pública podem tomar medidas imediatas para controlar a disseminação da doença e prevenir futuros surtos. Além disso, a VBE é uma abordagem flexível que pode ser adaptada para monitorar diferentes eventos de saúde, incluindo surtos de doenças infecciosas, eventos ambientais, eventos relacionados a alimentos e outras ameaças à saúde pública.

Referências: 

Organização Mundial da Saúde. A Guide to Establishing Event-based Surveillance. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/207737/9789290613213_eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Vigilância Baseada em Indicadores

A Vigilância Baseada em Indicadores (VBI) é um método de vigilância em saúde que utiliza indicadores para monitorar a situação de saúde da população e identificar possíveis riscos à Saúde Pública. Consiste na coleta, identificação, análise e interpretação sistemáticas de dados estruturados e rotineiros obtidos de fontes oficiais, como os sistemas de informação em saúde. 

Na VBI, os dados são comparados com valores de referência ou tendências históricas para detectar mudanças significativas que possam indicar surtos ou epidemias de doenças ou agravos à saúde.

Os indicadores usados na VBI podem incluir taxas de incidência ou prevalência de doenças, coeficientes de mortalidade, número de atendimentos em pronto-socorro gerais e de internações hospitalares de forma geral ou por causas específicas, entre outros. 

Vale ressaltar que os indicadores de saúde têm a capacidade de mensurar características de saúde de uma determinada população, bem como dimensões do seu estado de saúde e o desempenho de um sistema de saúde. 

A VBI pode ser usada em várias áreas da Saúde Pública, incluindo Vigilâncias Epidemiológica, Sanitária e Vigilância Ambiental.

Para uma VBI eficaz, é necessária uma boa infraestrutura de coleta e análise de dados, bem como pessoal treinado e capacitado para interpretar os resultados e tomar decisões. 

 

REFERÊNCIAS:

  

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE (Estado de Mato Grosso do Sul). Governo. Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde. Guia Orientador CIEVS, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. Disponível em:https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/rede-cievs.



ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE (Organização Pan-Americana de Saúde). Governo. Elementos Conceituais e Práticos. Indicadores de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil e pela OPAS, 2019. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/livroidb/2ed/indicadores.pdf



WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Early detection, assessment and response to acute public health events: implementation of early warning and response with a focus on event-based surveillance: interim version. World Health Organization, 2014. <https://apps.who.int/iris/bitstream/10665/112667/1/WHO_HSE_GCR_LYO_2014.4_eng.pdf?ua=1> 

 

ÁFRICA CDC. Sistema para a prática de em institutos de saúde pública nacionais: Prevenção e controle das doenças zoonóticas. Africa Union. 2020; Disponível em: https://neipc.ufes.br/sites/neipc.ufes.br/files/field/anexo/2704_afcdc_framework_oh_301120_pt.pdf

Vigilância Participativa

A vigilância participativa é uma estratégia de vigilância em saúde e consiste no envolvimento voluntário da população ou comunidade nos registros e notificações de doenças infecciosas de forma rápida e simplificada que pode ser realizada por formulários físicos e eletrônicos ou aplicativos para smartphones.

A vigilância participativa é uma importante maneira de identificar surtos, epidemias e grupos vulneráveis, além de fortalecer as ações e estratégias de prevenção dos casos e avaliar a eficácia das medidas de intervenção aplicadas na comunidade. Para isso, é necessário a participação contínua da população e seu acesso à informação de qualidade sobre as doenças.

 

Referências:

 

LEAL-NETO, O. B., et. al. Detecção digital de doenças e vigilância participativa: panorama e perspectivas para o Brasil. Rev. Saúde Pública. 2016, v.50, n. 0, 17. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050006201>. Epub 13 Maio 2016. ISSN 1518-8787. https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050006201.

 

LEAL-NETO, O. B., et. al. Saúde na Copa: The World’s First Application of Participatory Surveillance for a Mass Gathering at FIFA World Cup 2014, Brazil. JMIR Public Health Surveill 2017;3(2):e26. DOI: 10.2196/publichealth.7313

 

PONTE, M. ProEpi lança estratégia de vigilância participativa no Festival Expocrato 2022. ProEpi. Brasil, 2022. Disponível em: <https://proepi.org.br/2022/07/18/proepi-lanca-estrategia-de-vigilancia-participativa-no-festival-expocrato-2022/7357/>.

 

SOUSA, I. V.,et al. Implementação da vigilância participativa na escola: O protagonismo do estudante na vigilância de casos de dengue, chikungunya e zika. In: ANAIS DO 8º CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM SAÚDE, 2019, João Pessoa. Anais eletrônicos... Campinas, Galoá, 2019. Disponível em: <https://proceedings.science/8o-cbcshs/trabalhos/implementacao-da-vigilancia-participativa-na-escola-o-protagonismo-do-estudante?lang=pt-br>.


WÓJCIK, O. P., BROWNSTEIN, J. S., CHUNARA, JOHANSSON, M. A. Public health for the people: participatory infectious disease surveillance in the digital age. Emerg Themes Epidemiol 11, 7, 2014. DOI: 10.1186/1742-7622-11-7

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