No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece gratuitamente cerca de 18 vacinas. Além disso, desde a década de 70, há um Programa Nacional de Imunizações responsável não só pela formulação do calendário vacinal, mas também pela distribuição das vacinas e avaliação das campanhas de vacinação.
Por: Matheus Duarte
As vacinas são parte importante na história da medicina preventiva. Elas são produtos biológicos que ajudam o nosso sistema imune a combater diversos patógenos, como bactérias e vírus. Segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas salvam milhões de vidas todos os anos. “As vacinas trabalham fortalecendo e preparando as defesas naturais do corpo – o sistema imunológico – para reconhecer e combater os vírus e bactérias que eles atacam. Se o corpo for exposto a esses germes causadores de doenças mais tarde, estará imediatamente pronto para destruí-los, evitando doenças”.
As vacinas agem ao induzir a produção de anticorpos protetores e estimulação de uma memória imunológica. Elas são específicas, ou seja, cada vacina é desenvolvida tendo uma doença como alvo em particular. Assim, quando uma pessoa vacinada entra em contato com aquele patógeno, o sistema imune está mais apto a responder adequadamente. Antes de serem distribuídas, o desenvolvimento de uma vacina passa por rigorosos testes laboratoriais e certificações em saúde, o que prolonga o seu processo de fabricação diante de situações emergenciais.
Em casos assim, cientistas, empresas e organizações globais de saúde trabalham coletivamente para acelerar as respostas. Somente depois da confirmação da eficácia e segurança de uma vacina, ela passa a ser distribuída às pessoas com maior risco e àquelas em situação de exposição ao vírus.
A história das vacinas surge no fim do séc. XVIII com Edward Jenner, médico inglês que percebeu que a exposição humana ao vírus da varíola bovina fazia com elas não desenvolvessem a varíola humana. O termo vacina então surge em alusão a Variolae vaccinae, nome do vírus causador da varíola bovina. Desde então, tem-se muitos avanços, sendo árduo o desenvolvimento de uma vacina, o que envolve diferentes tipos de tecnologias na sua confecção. Existem vacinas feitas a partir da inativação de microrganismos e outras a partir da atenuação destes, assim como algumas são constituídas por uma pequena porção deles (as de subunidade). Além do processo tecnológico, existem os criteriosos ensaios clínicos em animais e pessoas para verificar não só sua eficácia, mas sua segurança.
A distribuição e a acessibilidade também são questões fundamentais. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece gratuitamente cerca de 18 vacinas. Além disso, desde a década de 70, há um Programa Nacional de Imunizações responsável não só pela formulação do calendário vacinal, mas também pela distribuição das vacinas e avaliação das campanhas de vacinação. Um exemplo clássico do sucesso da vacinação no Brasil é a ausência de casos de poliomielite desde a década de 80.
Por fim, cabe ressaltar a importância da vacinação na saúde pública. Ao se vacinar, a pessoa não está só protegendo a si mesmo, mas também outras pessoas ao deixar de ser um potencial transmissor. Porém, para isso, é necessário que o programa contínuo de vacinação e as campanhas de vacinação tenham adesão, sendo essencial que o caráter científico e os benefícios à saúde sejam amplamente divulgados.
REFERÊNCIAS:
Bio-Manguinhos. Vacinas: as origens, a importância e os novos debates sobre seu uso. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1263-vacinas-as-origens-a-importancia-e-os-novos-debates-sobre-seu-uso?showall=1&limitstart=. Acesso em: 06 de outubro de 2020.
Vacinação: quais são as vacinas, para que servem, por que vacinar, mitos. Disponível em: http://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/. Acesso em: 06 de outubro de 2020. Ministério da Saúde. Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações. Disponível em: http://pni.datasus.gov.br/apresentacao.asp. Acesso em 06 de outubro de 2020.