O Brasil marcou presença na II Cúpula Mundial de Desenvolvimento Social, em Doha, no Qatar (3 a 6 de novembro de 2025), ao promover um painel crucial focado na intersecção entre desigualdade e saúde. Organizado pelo Ministério da Saúde (MS), o evento “Racismo Ambiental e Saúde: Boas Práticas e Soluções Inovadoras na Perspectiva de Fortalecimento dos ODS” reuniu representantes de governos e da sociedade civil global para discutir soluções de enfrentamento das desigualdades sociais e sanitárias, com um foco especial nas vulnerabilidades da população negra.
A pauta discutida pela delegação brasileira girou em torno da interseção crítica entre saúde, racismo e equidade, reafirmando o racismo sistêmico como um determinante social. A Coordenadora-Geral de Atenção à Saúde da População Negra do MS, Rosimery da Costa Santos, sublinhou a urgência do tema ao declarar que o histórico de saúde da população negra é um espelho da desigualdade racial no país. A representante destacou as consequências diretas: desde perfis epidemiológicos desiguais até o aumento da morbimortalidade materna, fetal e infantil, reforçando que o combate deve ser central na estratégia de atenção primária.
O Brasil apresentou um conjunto de iniciativas de grande impacto voltadas à promoção da equidade étnico-racial no Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as estratégias transversais mais notáveis estão a Primeira Infância Antirracista (PIA), uma parceria com o Unicef focada em garantir o desenvolvimento de crianças livres de discriminação, e a Rede Alyne, que visa qualificar o atendimento materno-infantil com o objetivo claro de reduzir as desigualdades raciais e regionais na mortalidade. Tais políticas demonstram o compromisso do país em aplicar a Estratégia Antirracista na Saúde de forma robusta.
A participação brasileira reforça o alinhamento de suas políticas internas com a agenda internacional, em especial com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). As ações apresentadas dialogam notadamente com o ODS 18, que estabelece a promoção da igualdade étnico-racial como vetor central para o desenvolvimento sustentável nacional. Ao discutir também o cuidado em cenários de emergências climáticas e calamidades, a oficina sedimentou o papel do Brasil na liderança de pautas globais que unem saúde, justiça social e resiliência ambiental.
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